quarta-feira, 15 de abril de 2015

Faculdades Mediúnicas



Mediunidade, ou canalização, designa a alegada comunicação entre humanos (encarnados) e espíritos(desencarnados); ou a manifestação espiritual via corpo físico que não lhe pertence . Apesar de disseminada pela maioria das sociedades ao longo da história humana, foi a partir do século XIX que a mediunidade começou a ser um objeto de intensa investigação científica.


Embora não provada através da ciência stricto sensu, a mediunidade é corroborada por diversas doutrinas e correntes espiritualistas, sendo parte das raízes greco-romanas e judaico-cristãs da sociedade ocidental, bem como dos orientais hinduísmo e budismo tibetano.


Assim, em perspectiva espiritualista um espírito que deseja comunicar-se entra em contato com a mente do médiumativo, e, por esse meio, pode se comunicar por várias formas, como oralmente (psicofonia), pela escrita (psicografia), ou ainda se fazendo visível ao médium (vidência). Fenômenos de ordem física incluem levitações (poltergeist), batidas (tiptologia), escrita direta (pneumatografia), voz direta (pneumatofonia), voz eletrônica (electronic voice phenomena), etc. 

Também há a mediunidade de psicometria, que é muito usada como ajuda para a polícia, consiste em um médium ler impressões e recordações pelo contato com objetos comuns; e a mediunidade de cura, como acontece através do médium João de Deus. Outras formas de comunicação com os espíritos podem ser encontradas em O Livro dos Médiuns, de Allan Kardec.

Ressalta-se que embora recorrente em vertentes espiritualistas e grupos sociais, e bem evidente na Doutrina Espírita, a mediunidade não encontra-se estabelecida à luz da ciência stricto sensu, visto a própria existências de espíritos não encontrar-se cientificamente estabelecida perante os rigores do contemporâneo método científico.


Segundo “O Livro dos Médiuns” (Allan Kardec), a mediunidade se apresenta sobre diferentes tipos de faculdades, dentre elas as principais são:


1. Efeitos físicos: os médiuns de efeitos físicos são os que produzem efeitos materiais, como movimentos dos corpos inertes, ruídos, etc. Podem-se dividi-los em médiuns facultativos e médiuns involuntários.
  • Médiuns facultativos: são os que tem consciência do seu poder e que produzem fenômenos espíritas por ato da sua vontade.
  • Médiuns involuntários ou naturais: São aqueles cuja influência se exerce com o seu desconhecimento. Não tem consciência do seu poder e, frequentemente o que se passa de anormal ao seu redor não lhe parecem em nada extraordinário.

Obs: devido ao próprio progresso, que é uma lei natural, a mediunidade de efeitos físicos se torna cada vez mais rara. Ela remonta aos primórdios da humanidade e foi um dos grandes marcos do advento do espiritismo.




2. Médiuns sensitivos ou impressionáveis: São as pessoas suscetíveis de sentirem a presença dos espíritos por uma vaga impressão, uma espécie de roçadura sobre todos os membros, da qual não se pode dar conta. Todos os médiuns são necessariamente impressionáveis e a impressionabilidade, assim, é antes uma qualidade geral do que especial: é a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras.

Geralmente o médium reconhece a natureza do espírito, segundo a impressão que ele sente com a proximidade do mesmo. Quando um bom espírito, tem sempre uma impressão doce e agradável, quando um mau espírito, a sensação é penosa, ansiosa e desagradável.

3. Médiuns Audientes: São os que ouvem a voz dos espíritos, algumas vezes é uma voz íntima que se faz ouvir no foro interior; de outras vezes é uma voz exterior, clara e distinta como a de uma pessoa viva. Os médiuns audientes podem, assim, entrar em conversação com os espíritos. Quando tem o hábito de se comunicarem com certos espíritos, os reconhecem imediatamente pelo caráter da voz.



4.Médiuns falantes: Neles os espíritos atuam nas comunicações sobre os órgãos da palavra; os médiuns falantes se exprimem geralmente sem ter consciência do que diz, e, frequentemente dizem coisas completamente fora de suas idéias habituais, de seus conhecimentos e mesmo do alcance da sua inteligência. Mesmo desperto e num estado normal, raramente conservam lembrança do que disse, em suma, a palavra é nele um instrumento do qual se serve o espírito, e com a qual uma pessoa estranha pode entrar em comunicação, como pode faze-lo por intermédio do médium audiente.

5.Médiuns videntes: São dotados da faculdade de ver os espíritos. Há os que gozam dessa faculdade no estado normal, quando estão perfeitamente despertos, e dela conservam uma lembrança exata; outros não a tem senão no estado de sonambúlico ou próximo do sonambulismo.

6.Médiuns sonâmbulos: São os médiuns que agem sob influência do seu próprio espírito, ou seja, num momento de transe sonambúlica, a sua alma gozando de uma certa liberdade, ou seja, nos momentos de emancipação, vêem, ouvem e percebem fora dos limites dos sentidos. Sua alma livre goza vive por antecipação a vida dos espíritos.

7.Médiuns curadores: Consiste principalmente no dom que certas pessoas tem de curar pelo simples toque, pelo olhar, por um gesto mesmo, sem o socorro de nenhuma medicação. Pode-se afirmar que isso não é outra coisa senão o magnetismo, porém quando se examina esse fenômeno com cuidado, pode-se reconhecer sem esforço que há alguma coisa a mais.


8.Médiuns Pneumatógrafos: Dá-se esse nome aos médiuns aptos a obterem a escrita direta, o que não é dado a todos os médiuns escreventes.

  • Médiuns psicógrafos ou escreventes: Transmitem as comunicações dos espíritos através da escrita. Dividem-se em: mecânicos, intuitivos, semi-mecânicos e inspirados.
  • Médiuns mecânicos: são os que não tem a menor consciência do que escrevem, é uma faculdade preciosa pelo fato de não poder deixar nenhuma dúvida sobre a independência daquele (espírito) que se comunica.

9.Médiuns intuitivos: A transmissão do pensamento ocorre também por intermédio do espírito do médium, ou melhor de sua alma, uma vez que designamos sob esse nome o espírito encarnado. O espírito estranho, neste caso, não atua sobre a mão para faze-la escrever; não a toma, não guia; ele age sobre a alma, com a qual se identifica.

10.Médiuns semi-mecâncicos: No médium puramente mecânico, o movimento da mão é independente da vontade; no médium intuitivo, o movimento é voluntário e facultativo. O médium semi-mecânico participa dos dois gêneros; sente uma impulsão dada à sua mão, malgrado seu, mas, ao mesmo tempo, tem a consciência do que escreve, a medida que as palavra se formam.

12.Médiuns inspirados: Toda pessoa que recebe, seja no estado normal, seja no estado de êxtase, pelo pensamento, comunicações estranhas às suas idéias preconcebidas, pode ser incluído na categoria dos médiuns inspirados; como se vê, é uma variedade de mediunidade intuitiva, com a diferença de que a intervenção de uma potência oculta é ainda bem menos sensível, porque, nos inspirados, é ainda mais difícil distinguir o pensamento próprio do que é sugerido.


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